14.4.15
casa dos 20. cheguei aquela idade em que é claro que beleza importa e
inteligência também conta um bocado, mas pouca coisa é tão atraente e
satisfatória quanto alguém que saiba dar risada e também saiba fazer
rir. em tempos de fodas sem propósito algum, século vinte e um meu bem,
todo mundo trepa sem achar belo e mesmo assim até hoje pouco se
preocupam com que mulheres tenham orgasmos. tão pouco tempo de vida e a
gente já sabe o gosto da vida, não mais que duas décadas cozinhando
dentro dessa carne flácida e ferida, quelle horreour ou o diabo que o
valha pois francamente: que me importa que você fale francês que conheça
Caetano que cozinhe muito bem se a vida tem esse gosto que não, não é
amargo, mas salgado feito o suor e a lágrima que a gente derrama todo
maldito dia. nesses tempos minha querida: rir é até melhor que gozar.
porque gozar a gente goza só, isso sim é possível, mas rir sozinha é
triste enlouquecedor e digno de... de sei lá. piedade. vinte e poucos
anos e só estamos desesperados pra caralho pra dar uma boa gargalhada
das nossas manias de tragicidade heróica. não meu bem não sei não se
essa palavra existe mas essa é realmente a menor das minhas preocupações
agora, existe uma lista de coisas que não existem e me preocupam na
frente e algo tão ridículo quanto uma mísera palavra... é, vai ter que
esperar.
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