19.8.13

hell

Eu me lembro de quando passava horas pensando em várias maneiras de te declarar meu afeto. Meu amor, meu amor, não era o bastante que eu te chamasse assim. Sendo assim, a cidade continuava maravilhosa, você permanecia encantadora e uma neblina cobriam as aulas de gramática. Poesia. Até Vinícius podia, se fosse pra te ver sorrir. 
Eu te adorava em todos os centímetros intocados do seu corpo.
Enquanto isso a gente virava crônica, eu desaguava solitária em romances não vividos porque sabia que éramos nós ali. Duas meninas. 
O som da gaita, as gotas da piscina, sua risada ecoando madruga afora. Você gosta de café? Eu gosto, eu gosto. Não vamos nunca mais dormir.
Tu acende um cigarro, eu censuro. Quero teu peito intacto. Quisera eu habitar ali. A conversa vira fumaça, a distância vira cinza e eu me sinto próxima. Tão pequena, tão menina, tão The Beatles e Cachorro Grande, e eu ali, acreditando estar apaixonada. Eu estava.
Cheia de encantos mil. Eu ainda lembro, como me esquecer, estávamos sempre embriagadas. Também não me esqueço das suas mentiras, das nossas risadas. Do meu sofrimento das 22h às 4h da manhã – insônia desejo desperta... deserto. Um “meu bem”  construído na areia. Que pena. 
Com amor,
sua. 

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