11.8.13

me disseram que eu era única.
me fizeram acreditar que eu era
diferente, genuína, especial
que eu seria artista de cinema
bailarina
poetisa
viajante
desbravadora dos mares do éter do espaço
sideral.

sideralmente - veja bem onde eu estou
até onde a estrada me trouxe.
no céu, estrelas mortas que ainda vemos brilhar.
nos deixamos atrair por elas como mosquitos de luz
até aqui onde caule de violeta não perfura asfalto.

não alcançamos o éter,
não alcançamos o alto.

aqui estão todas as pessoas que sonhavam com a luz.
agora compartilhamos sonhos dormentes na escuridão
com sorrisos frouxos,
voz mansa,
dor nas costas
restos de esperança
destroçados pela última ligação.

"o que deseja?"
ninguém nunca mais me perguntou o que eu desejo.
eu desejo que o relógio marque as dez.
eu desejo me embriagar.
esquecer.
voltar para aquele tempo em que eu era única.

aqui morrem os promissos. 

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