6.8.13

O amor é uma doença degenerativa.


Sei lá se foi amor. Foi algo do tipo, acredito. Me fizeram acreditar que fosse, ao menos. Que era assim mesmo. E dói - mas não como antes. Não é a ausência que machuca dessa vez. Sua presença me assombra.
Queria te desfazer de mim. Esfregar a pele até que ficasse em carne viva, pouco importa, só para que não lhe reste recordação alguma dos seus toques. Quero cuspir fora os beijos. Transformar em ânsia o prazer. Quero que os suspiros e sussurros se tornem em berros de fúria. Eu recolho o meu perdão.
Nada que você faça vai adiantar. Você não pode mais ficar aqui. Não com essa máscara, não com esse sorriso, não com esses presentes, não com suas promessas de que tudo ficará bem. Eu quero que dos teus registos só me restem as cicatrizes, que suas amarras me deem força para reagir.
Eu não quero te apagar da memória. Não mais. Quero gravar bem suas juras de morte para que tudo isso me mantenha viva.
Eu já não sou a mesma.

Uma pena eu nunca ter sabido quem você é.

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