27.9.12
Sufocante. Como engolir fumaça.
Os muros haviam sido derrubados, e eu, exposta naquele presente momento, via, sentia, quase tocava meu passado e também um futuro imaginário, inalava-o para dentro das minhas veias, permitindo que aquilo se refletisse em minha expressão desesperada, meio desamparada, talvez mais tarde apática. Me perguntei: mas não fora sempre eu o objeto mau, persecutório, ameaçador? Por que tão frágil agora? Tão assustada? Vulnerável? Terá sido escolha, destino ou acidente? Me tornava cada vez mais mimada, fraca, indefesa, menina, sexual, imediatista e inconsciente. Era maternal ou paternalista? Carnal ou de fé? Terreno ou misticismo? Mas já não era eu. Dissociada e, ainda assim, franca. Desprotegida, nua.
É maravilhosa a sensação de se elevar.
O que assusta é o medo de cair.
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