O texto abaixo é um desabafo e não precisa fazer sentido NENHUM pra NINGUÉM além de mim mesma.
Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações não será mais mera coincidência.
Como naquela vez em que Dimitri
foi comprar para ela uma garrafa d’água.
Laura sentou-se no meio fio. O
rapaz ofereceu-se para acender seu cigarro e a abraçava e ela sorria enquanto
ele ficava repetindo “meu deus, eu não pude perceber o quanto senti sua falta o
mês inteiro até ver o quanto você está linda hoje à noite!”. Ela o agradecia o
tempo todo por estar ali e não tê-la deixado sozinha, porque, sabe, ela
precisava mesmo tomar um porre, a vida inteira não era mesmo uma merda? Todos
aqueles outros caras eram uns cretinos, mas não Dimitri, ele era uma gracinha,
e céus! Já passava da meia noite e ela precisava tomar os remédios.
- Não, pára! Você vai tomar os
comprimidos com álcool?
- Que é que tem? Eu vivo fazendo
isso, aliás eu já estou bêbada mesmo.
Sempre disseram pra ela que iria
passar.
O que não contaram que é que pra
isso ela faria tanta estupidez.
Não contaram que é que ela se
sentiria um lixo humano, que ela se envolveria com as pessoas erradas. Não
contaram que Laura teria de freqüentar treze anos de análise, praticar yoga e
ciclismo. Não contaram que ela se veria dopada dentro de uma ambulância e não
disseram que os médicos ririam dela não ver o vômito nas mangas do moletom.
Não contaram da falsa compaixão
que não se dói da dor dos outros.
Não contaram que passaria, sim.
No primeiro ônibus.
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