24.8.11

POR MIM

Tantas vezes menti, roubei, trapaceei e até matei (em mente). Eu, tão dissimulada manipuladora vingativa! Movida pelo impulso das paixões e às vezes hedonista. Eu, que quero ser Deus e o diabo, que acho bela a melancolia, mas represento com tanta excelência (e cinismo) a felicidade. Logo eu! - que pratico a prostituição das palavras em troca de versos bonitos, logo a menina de sorriso alegre e coração promíscuo, a puta verbal. Por mim. Ela geme, se arde, se doa e se dói; e pede mais e implora e chora por tudo que eu possa lhe dar. Sofre - por mim! Que tanto jurei levianamente a eternidade. Ela precisa que eu a deseje e eu desejo. Quer que eu lhe sussurre (mentiras) e eu o faço. Se pede por carícias, beijos, corpo, pele eriçada, sangue, suor e licor, eu dou. Tão perversamente sustento o seu vício. Pra quê tanta crueldade, Céus? Por mim.

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