25.10.11

A alma em pêlo, 
um apelo:
peço que me aceites de qualquer forma
aceita minhas doenças auto-induzidas 
aceita minhas feridas (auto-induzidas também, ou não)
me aceita me abraça me tem me mantém assim


Finge que não sabe que às vezes bebo em demasia
que volto a fumar se me deixares
um maço dois quatro numa semana para um par de pulmõezinhos jovens
Vísceras encardidas
espírito em frangalhos
coração remendado
que minha poesia não é tão original quanto pensam por aí
que não tenho dom algum
Finge que não sabe do amor que tenho por ti
finge que acredita no amor que eu [não] sinto por mim
Finge comigo!


Me sinto só
me sinto abandonada às minhas próprias mãos
ao meu próprio requinte de crueldade
e Ó, ninguém no mundo me faz tão mal quanto o meu Ego
(e disso todo o mundo, no fundo, sabe)
capaz de transformar em facadas as mais ternas carícias
e em dores os mais doces amores
(e veja só essa porrada de clichês: amores cores flores dores e o diabo todo)


Dó dó dó dó
sem ré sem mi sem fá
hoje não nasce o Sol
sem Si
sem pena, meu bem
sem Dom que o valha
apenas Dó

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