26.4.11

BETTER SOUNDS LIKE BAD

Se equilibrar naqueles saltos, naquela rua de paralelepípedos, seria algo como andar na corda bamba, não fosse o braço de Stefan ao redor da cintura de Alexa, prendendo-a forte contra ele. Era tão seguro! Logo segurança, essa sensação nunca experimentada antes pela garota. Stefan adorava Drummond, Alexa também. Ele conhecia de cor as passagens de Exupéry. Diabos, ele abrira a porta do carro para ela! A droga da porta do carro? Ela não devia estar louca por ele? Ela estava interessada, naturalmente. Encantada. Claro que ela se sentiria completamente louca por ele… se fosse outro. Mas esse não era o caso. Alexa estava tonta. Ela tinha planos para aquele rio. Para aquele cheiro. Para aquele luar lindíssimo refletido nas águas escuras. Lágrimas. Ah, ela precisava se concentrar. Arranjar algo interessante para dizer. Alexa estava sempre dizendo alguma coisa. Stefan estava sempre escutando. Não era maravilhoso? Era, decididamente era. Então por que aquele nome agora? Por que aquelas lembranças? Por que aquelas… ah, não, as lágrimas. Sim, elas viriam. Elas vieram. Acalme-se, Alexa, elas já se foram. Mas que tontura! Que frio, não é? Sim, está frio. Por isso estou tremendo. Stefan estava tremendo também. Stefan estava tocando a sua mão e os dedos dele estavam trêmulos. Essa música… ela gostava dessa música também. Jura, era a primeira que Stefan tinha ouvido deles. Sério Era a música que ela costumava ouvir quando estava triste. A dele também. Alexa gostava dela na trilha sonora daquele filme… Sim, Stefan adorava aquele filme! Era o favorito de Alexa. Nossa. É, uau. Eles se pareciam tanto. Ela devia sorrir agora. Esquecer de tudo. Muitas palavras, palavras, palavras… Alexa gostava das palavras, mas elas começavam a incomodá-la. Stefan também não parecia mais interessado em falar. Mas ela precisava dizer… ela precisava. Não, ela não diria. Mas ela disse. Tão típico dela! Tudo bem, ele entendia. Sim. É claro. Está mesmo frio. Está, sim. E aquele abraço… havia ali um quê de compaixão? De proteção. Sim, Stefan sentia a tristeza dela. Muitas confissões. Aquela tinha sido uma noite triste com uma belíssima fantasia de felicidade. Muito convincente. Alexa quase se convenceu. Parecia que toda a confusão tinha se dissipado. Que estava tudo bem. Ela só queria que aquela noite não acabasse nunca…
… Mas só porque todas as feridas voltariam a doer, se não com mais força, na manhã seguinte.

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