26.4.11

"PENETRA SURDAMENTE NO REINO DAS PALAVRAS"

A beleza das palavras ditas, escritas, 

de alguma maneira formuladas
não se equipara à grandeza,
à Glória das palavras mudas.
Daquelas que não tem forma, grafia nem pronúncia,
que só possuem a leveza dos pensamentos e das sensações
das imagens.
Pouco sóbrias, mas tão, tão solenes
só mesmo Deus é mais louvável - mais nada
que essas tímidas palavras silenciosas.



Os contos, os poemas
as odes, os sonetos, as baladas,
as confissões
as canções
declarações de amor
são belos, sim.
Feitos imutáveis, eternos, reais
mas de uma beleza refletida, apenas,
desses versos que se escondem.



Como o luar nada mais é que o reflexo
do Rei Sol que governa a manhã
e a tarde
e o finalzinho da tarde.
Mas o luar e a própria lua,
o luar e a fôrma das palavras...
as palavras sem forma.
Ah! não estes.
Estes pertencem aos vagabundos, aos boêmios
aos perdidos e aos amantes
aos jovens, aos loucos
e aos poetas.
Jamais aos leitores.

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