26.4.11

DESAFIA-ME

Não estou fazendo o que deveria estar fazendo. Na realidade, raramente faço o que deveria. É engraçado. Me agrada ser incômoda, confesso. Perfeitamente desajustada. O universo conspira. Esse impertinente, sempre a tramar trapaças, enredar destinos. Jogos, pura e simplesmente. Se o universo pensa que pode me impôr um destino, eu o desfafio. Não, mundo, eu não te pertenço. Não vou me render à adoração de um deus-sucesso. O patético sucesso terreno, para mim não significa muito mais que o fracasso. Estabilidade não é o nirvana. Objetivos são limitações. Equilíbrio? Tedioso! Dê-me o contraste, para que se possa definir claramente o que é luz e o que é escuridão. Já provei demais do cinzento, do morno, tomei aversão à penumbra. É essencialmente impossível para mim pisar com um pé em cada lado da divisa. Sou caleidoscópica, não homogênea. Extremista. Não há no escuro um só raio de sol ou de luar, não há no mal sequer uma gota de bem e ódio dissolve todo o amor. As noites são claras porque a lua reflete a luz do sol e eu quero ser a lua. E a Terra, insistindo que me torne terra. É tão fácil ser chão! Mas eu quero ter luar, também. Eu quero é iluminar o céu.
O universo conspira. Me desafie, universo.

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