26.4.11

PAÍS DOS ESPELHOS

Não é bom se sentir apenas ok. Espero que você entenda, prefiro me sentir horrível ou ótima - o céu ou o inferno. Tenho me sentido meio distante de mim mesma. Eu cotumava ser extrema, mas me tranquei numa concha. Como se estivesse presa numa enorme sala branca, sem janelas ou porta; os fantasmas atravessam as paredes sussurrando, mas isso não importa. Eles não são quem eu quero. É como se eles não existissem. Estou sozinha.

Eu sinto falta das emoções. Nem mesmo meu desespero me parece intenso. Não posso sentir. Tenho sede de sentir sede, anseio por desejar. Quem sou eu? Certamente não a mesma de hoje de manhã, e definitivamente diferente de uma semana atrás.

Estou perdida, mas estou aqui.
Então eu quero rir até doer, chorar pra sentir prazer. Quero que o gelo me queime, que o fogo seja gelado. Quero de volta minha velha juventude. Por favor, me devolvam minha contradição; me devolvam pra mim!
E agora posso parecer louca, mas no lugar de onde eu vim não é desse jeito. No País dos Espelhos, onde tudo é ao contrário, o feio é bonito e a alegria é nauseante. Onde o dia é assustador e a noite aconchega. Não há um dia em que não me pergunte o que vim procurar aqui, sem ninguém pra amar nem nada a temer.
Preciso me encontrar. Onde você está, outra parte de mim?

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